quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ATÉ QUANDO VOCÊ VAI FICAR LEVANDO PORRADA TURISMÓLOGO?


Discutir a regulamentação da profissão do Turismólogo definitivamente é a maior das bandeiras de luta desta classe profissional, porém os bacharéis em Turismo precisam observar outras batalhas que precisam ser travadas e que se renovam a cada dia. Os Bacharéis em Turismo do Brasil foram surpreendidos um dia após a comemoração da sua data com uma notícia que cabe no mínimo uma importante reflexão. O Ministério do Turismo, através do então atual ministro Gastão Dias Vieira publicou a Portaria Nº 194 que transfere a base de dados dos Bacharéis em Turismo cadastrados no MTur para a Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo - ABBTUR. Essa notícia de fato me chocou, pois o cadastro dos Turismólogos no CADASTUR era o único, e para mim significante, sinal de reconheciemento da importância destes profissionais para a atividade turística. Porém antes de iniciar um discurso com críticas a esta ação busquei pesquisar um pouco os prováveis motivos para tal decisão, e felizmente não fui convencido.

O cadastro dos turismólogos no Ministério do Turismo foi criado através da Deliberação Normativa 431 de 12 de agosto de 2002 editada pela Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo, com a intenção de quantificar e qualificar o universo profissional dos bacharéis em Turismo e Hotelaria. Após a criação do Ministério do Turismo o cadastramento dos Turismólgos passou a ser atribuição do CADASTUR, projeto que visa cadastrar todos as empresas e prestadores de serviços dentro da atividade turística. Podemos dizer então que o cadastramento dos bacharéis em turismo no Ministério do Turismo durou 9 longos anos e, segundo o MTUR, apenas 800 turismólogos faziam parte deste banco de dados, um núnero irrisório comparado ao número real de profissionais formados ao longo de mais de 30 anos do curso superior em Turismo no Brasil.
Podemos dizer então que o objetivo maior desta ação que foi quantificar e qualificar o universo profissional do bacharel em turismo não foi atingido e a continuação desta iniciativa deveria ser revista ou melhorada, não quero dizer com isso que concordo com a retirada do cadastro do turismólogo no CADASTUR, mas sim observar que nós turismólogos começamos a transferir a responsabilidade de nossa organização e legitimidade para o Ministério do Turismo.

Segundo a Secretaria Executiva da ABBTUR NACIONAL Rita Michelon,  

O Cadastur dos Bacharéis em Turismo deverá passar por uma reformulação para reforçar institucionalmente o cadastro que até então não teve cumpridos seus reais objetivos conforme previsto na Deliberação Normativa 431 de 2002. Para tanto, a ABBTUR (Associação Brasileira dos Bacharéis em Turismo) legítima representante dos Turismólogos do Brasil e membro do Conselho Nacional de Turismo, está negociando com o Ministério do Turismo, com o apoio do Conselho Nacional do Turismo, a melhor maneira de efetivamente tornar o Cadastur uma importante ferramenta de desenvolvimento do turismo brasileiro e dos turismólogos, todavia até isso acontecer, a administração dele será feita pela ABBTUR, conforme Portaria Ministerial 194 de 28 de setembro de 2011. A posição da ABBTUR, nesse momento, é de que o cadastro não será vinculado à filiação, pois a ABBTUR entende que a associação à entidade deve ser manifestação de vontade do profissional e não imposição vinculada a qualquer ato que seja.

Afirmo porém que um erro não justifica outro. O fato de nós nos organizarmos de maneira tão "desorganizada" não justifica a retirada do turísmólogo do CADASTUR. Será que os outros prestadores de serviços e empresas do turismo têm se cadastrado de maneira satisfatória no Ministério? O MTUR errou em retirar do CADASTUR o turismólogo, mesmo que a ABBTUR tenha reivindicado tal banco de dados. Pergunte para  ABRASEL, para ABIH, para a ABAV e para o SINGTUR se o número de empreendimentos e prestadores de serviços cadastrados no MTUR realmente condizem com a realidade do turismo nacional, com certeza não, e nem por isso discutirmos a retirada destes setores do banco de dados ministerial. O objetivo que motivou o cadastro a quase dez anos atrás ainda existe e aliado a ele o objetivo do atual CADASTUR que é dar mais confiabilidade e segurança nos serviços turisticos em nosso país só colabora com a importancia do cadastro deste profissional. Enfim o argumento apresentado não invalida a presença do Turismólogo no CADASTUR, se trata apenas de uma desculpa para legitimar tal ação. Mas como já foi dito: Um erro não justifica outro. 

O que deve ser observado neste momento é qual a resposta que nós turismólogos daremos a mais essa ofensa a nossa profissão. Acredito que com mais este exemplo de desrespeito urge a necessidade de organização dos bacharéis em turismo. É inadmissível que a Bahia, estado tão importante no cenário do turismo nacional e internacional, não disponha de uma organização forte dos turismólogos. A ABBTUR-BA precisa ser reconstruida ou precisamos fazer uma nova associação? O que eu sei é que precisamos fazer alguma coisa. Como diz o Gabriel O Pensador "Até quando você vai ficar levando porrada, porrada... Até quando você vai ficar sem fazer nada..."